domingo, março 02, 2008

#93 *Referência

Confusão, saudade de algo, alguém.
Agora que o cigarro já não te faz companhia, deixas a companhia de todos.
Perdes-te numa noite qualquer e não te consegues lembrar, confessas-te.
E continuas perdido mesmo que reconheças minimamente o espaço onde estás.
Apaticamente deixas o silêncio ficar em ti. A canção alegre já não substitui quem és.
Bipolar, esquizofrénico, hipócrita. Todos são estranhos à tua volta.
Entras na solidão e na culpa dos desabafos. Estás contra tudo e todos, e sobretudo contra ti mesmo.
Perdes-te no olhar dela, em busca de uma mensagem. Apercebes-te então que quando estás calado és pequeno. A pequena palavra que tentas expulsar é curta e desconexa. Ela não te procura, ninguém te procura.
Começas a rever-te num passado próximo, com motivos diferentes, mas a culpa é e sempre será tua, se quiseres continuar a acreditar.

Onde estás? Onde estás minha terra firme? Onde está o mar com quem falei, as gotas que admirei na folhagem de inverno? Quem és tu que consegue identificar os conceitos mas não sabe quais são as realidades que os seguem?
Onde estou eu, aquele que se encontrou, nunca na destruição que se constrói na insegurança?

Volta.