sexta-feira, março 11, 2005

#47 *Saudosismos

Quando a saudade vem trás com ela memórias de sonhos que sonhei e que num passado recente vivo, assim como no presente. Abraçado a tudo o que me suspiras, em palavras inseguras, fico também com o desejo de eu próprio me transportar até ti neste e em qualquer momento que a tua ausência física se faz sentir entre a presença que bate com eternidade junto ao meu coração. Neste lugar tão teu, unicamente teu e inocupável. Queria que me sentisses não apenas como fazes, mas também nos momentos em que insegura me duvidas. Não me duvides, não me olvides, não me traduzas para um dialecto que eu não falo. Contigo falo Amor, falo qualquer palavra de paixão e desejo. Falo também a linguagem dos Deuses da Natureza ao entardecer, quando exalta a sua beleza que quase alcança a tua, mas não consegue. E olho-te nas ondas do mar, belas grandiosas. Olho-te no perfume que ficou propositadamente esquecido nos meus lençóis naquelas noites. Olho-te neste ecrã onde escrevo um pouco de nós. Olho-te no relógio onde anseio o passar de cada segundo que falta para te ver. Olho-te em todos os gestos que faço, pois jamais me esqueço de que estás ao meu lado.

As palavras que escrevo com saudade, não são mais que a saudade que escreve o sentimento entre duas pessoas. E nem preciso olhar de fora! Digo-te enquanto parte integrante que é tão lindo e tão belo, que mais que a própria vida é algo indissociável do meu ser.