domingo, setembro 14, 2008

#95 *En Portugais

Tranquilidade, ritmo e lábios.
Amor, escondido em verdade. Enquanto nos experimentámos.
Um abraço efemeramente eterno, pela força com que mo deste. Pela intenção; pelo que escondias ao tentar perceber o quanto eu seria teu.
Já o era. Ali, naquele momento em que te olhei de mochila pronta para partir.
E mesmo que num silêncio pudesses duvidar que também tu já eras minha deixavas o teu olhar partir comigo na bicicleta enquanto também eu deixava o aglomerado de cimento onde vivias para te trazer comigo até ao parque. E no escuro, ao invés do habitual medo que o pedalar chinfrineiro me causava, vinha o teu perfume misturado com as montanhas e percebia o quanto aquele lugar era teu e meu. O quanto eu queria voltar à noite de tempestade em que guardei os Alpes e o lago para o primeiro e o último momento.

Mas agora me apercebo que não há um tic-tac entre nós. Que não há datas nem relógios.
Que a hora é apenas uma metáfora da obrigatoriedade. Porque no amor não há obrigação.
Somos voluntários da vida.
Mas a nossa realidade, vivemos numa dança, ao ritmo de cada canção.
E a minha vivo-a ao ritmo da descoberta.

Parei de procurar para (te) descobrir.