sábado, julho 10, 2010

#101 *A caminho do sono

Deixo que alma se inquiete a caminho do sono. Percorro novamente os passos que dei hoje, construindo o trilho do dia seguinte e embora não reduza a tarefa ao dia-a-dia deixo os grandes projectos beber no curso da madrugada.
Sou assim como os Homens, como aqueles que não aceitam, que não se reduzem à explicação na ausência da mesma. Não sou céptico nem ateu, embora já tenha vestido, talvez por engano ou ignorância, a camisola do agnosticismo. considero-me um crente nas coisas belas, recorrendo às feias nessa aprendizagem. Afinal somos isso mesmo, belos, feios, humanos, transcendentais.
Ainda acordado constato que a sombra de gesso cartonado acompanha-me no silêncio desta minha meditação. Parto em busca do lençol para prevenir o adormecimento da carne, já em paz, por saber que amanhã é mais um dia em busca do meu oriente.

(07.07.2010)