terça-feira, fevereiro 19, 2008

#91 *Após o regresso

Agora que a cerveja e o whisky pouco importam, agora que a morte já não vive contigo, vives a loucura.
E aqui encontras a dor que tanto procuras e adoras.
Sentes-te vivo, real. Sentes-te ligado aquilo que de mais bonito nasceu.
E apesar de os teus olhos apenas serem capazes de gritar desritmadamente contínuas lágrimas, a felicidade deste sentimento cresce em ti desenfriadamente, para te destruir por completo e te atirar mais cedo ou mais tarde para uma dor da monotonia que não amas.
Então percebes que é de facto este sentimento que te faz viver, escreves cartas ao amor, ergues-lhe santuários, porque ele é o único que sabes nunca controlar. No dia em que isso acontecer, as tuas palavras deixam de existir.
Por enquanto deixas o rio continuar a jorrar e voltas ao teu triste e doloroso pequeno almoço onde ela ainda te olha.