sábado, novembro 26, 2005

#56 *Quem és Inverno?

Tudo em ti tem o cheiro de descoberta. Acabo de dar os primeiros passos e todo o teu mistério se apodera de mim.
Abraças-me como se nada fosse, e tudo é. Tudo o que me provoca delírio positivo. E no escuro que a ti pertence mais que a qualquer outra, procuro as respostas que não encontro na sonolenta-forte luz. E tão única que a tua é, mais branca, mais limpa, menos óbvia e mistura-se no crepúsculo.
Não é paixão o que descrevo, é uma obsessão doentia, como a de sentir os pingos da chuva molhar-me. É um masoquismo de estar no limite da beleza que me atormenta e que quero possuir. A beleza da tua cor, a beleza do teu vento que transporta os cheiros, a imensidão dos dias pequenos e das grandes ausências de calor, e do frio que aquece.
São as músicas que cantas e transportam a alma e o corpo para o inteligível, para ti.
Porque também tu tens algo de pouco palpável e em paradoxo te apresentas.
Apetece-me deitar-me contigo e beber o que me ofereceste.
Não é veneno pois não?

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...E tu morres na meia-noite crepuscular do dia de Inverno. Morres pela perfeição daquela pele pálida, sufocado pelos delírios doentios da obcessão; tu morres pelo frio pingado na chuva que te molha o desejo para te aquecer a alma. Morres para flutuar na luz, no vento, no Inteligível que apregoas. Morres, deitado num leito que te vai embalando, embriagando, em doces canções fatais... E abraçado àquela escuridão, tu morres, Mártir do Amor.

9:00 da tarde  
Blogger Diana Bouça-Nova said...

ja ca vim...!
*****
bjork no seu melhor! parabéns!

9:47 da tarde  
Blogger JC said...

Gostei da etiqueta: Mártir do Amor

11:28 da tarde  
Blogger siniux said...

adorei as duas ultimas frases. adorei, adorei, adorei.

12:59 da manhã  

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