#54 *Noites_3
Larga a tuas roupas nesse chão imundo de suor. Deixa transpirar a dor que te ataca as costas. Essas esferas a que chamas olhar já nem cerram do cansaço. Observas a rua na esperança que um qualquer rosto se encontre desfigurado como o teu.
Há muito que o dia é mais um, e a noite a tua única cúmplice. Foste talhado para ela.
Sais para o silêncio que se esconde nas esquinas de casas acordadas pelo nada, ou pelo pecado. Estás destinado ao teu whisky que te deixa ébrio e estás destinado à boémia.
Estás nu.
Sentas-te numa escada qualquer e o observas o modernismo, ou a falta dele.
Bebes mais um trago de whisky e deitas-te para que os cientistas de rua te observem.
Ainda te doem as costas.
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