terça-feira, junho 27, 2006

#74 *Assim, em abraço.

Foi mesmo diferente. Naquela tarde, vi-te. Estavas assim, sincera. É-me tão estranha a sinceridade, a serenidade. Lido com senilidade usualmente.
Levamo-nos para aquela sala sossegada. Sentamo-nos e eu olho-te inquebrável.
E tão de repente do teu perfil ressaltam lindas pestanas que desenham essas órbitas únicas.
Deixaste-me assim, melhor. Sim, sereno foi como me senti.
E apesar de notícias que me magoaram outras amizades, escutei as tuas palavras deliciosas de sinceridade.
Então os nossos mundos cruzaram-se e falámos o mesmo dialecto. Tu falavas-me de cada vez que os teus olhos bebiam um trago de mim. E vi o toque leve do meu joelho no teu tornar-se quase pecado e senti-me tão de repente abraçado a ti.
Fiquei assim, abraçado. Até mesmo quando a mesa da cozinha nos separava, estávamos assim, abraçados.
Vem-me então à memória a falta de educação com que te recebi, e tu com aqueles lábios magenta leve, empurraste o meu rosto e ficaste temerosa. [Desculpa não fiz por mal, é apenas um hábito de exteriorização de mim].
Também conversámos sobre isso, naquelas curtas duas horas.
Agora estou assim, (não tenho palavra). Porque também tu não te arrependes.
E continuamos assim, de sorrisos verdadeiros no rosto e de vontades nas almas.
Assim, cada vez mais abraçados.

1 Comments:

Blogger JC said...

A inveja é muito feia.
Mas agradeço a intenção ;]

12:29 da tarde  

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