#66 *Silêncios
Devia deitar fora todos os relógios para não ter de esperar.
Devia escrever-te para te dizer. Devia também esconder-me para parares de entrar.
Mas não quero. Não posso, nem o vou fazer. Sou demasiadamente dependente de tudo isto. Sou dependente do que sinto. Das dores, dos sorrisos, dos abraços, dos sentidos que me fazem ouvir as músicas e ler. Escrever-te, e reler-te. Não quero, não quero que tudo isto desapareça, nem vou permitir. Violenta-me primeiro antes de partires, ensina-me algo antes de dizeres adeus.
Silêncio, Shiu!
Shiu o caraças. Não quero silêncio.
Continua a gritar-me em pequenos gestos, que me queres. Não pares de me dizer coisas do quotidiano porque eu sinto-as. Podes até nem dizer nada, porque também sinto o sabor amargo do silêncio.
Hoje sonhei as metáforas de tudo o que estou a escrever. E a minha boca latejava de tão mal que sabia quando acordei.
O pequeno-almoço não foi, mais uma vez. Lembras-te quando te contei que não gosto de pequenos-almoços?
Vem cá ler-me.
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