quinta-feira, junho 22, 2006

#73 *Consequência

Penso no Arquitecto Peter Zumthor e na bela metáfora da pedra que entra no lago, o agita e nele se estabelece. Parece que sempre lá esteve mas na realidade o lago nunca mais voltará a ser o mesmo.
Penso também que por muito subtis que possamos ser, os nossos actos possuem em si as suas consequências. Também eles mudam algo, mas ali ficam acomodados nas nossas recordações.
Penso também de como não me arrependo, de nada do que te disse ou que te fiz. Arrependo-me talvez daquilo que não te direi só porque te ouvi calada.
E assim também o teu silêncio tem a sua consequência.
Penso agora no medo que isto me provoca, e a ti, esse medo terá certamente um efeito diferente do meu.
E se olhares para trás neste blogue pensarás que já ofereci muitas palavras a outras pessoas, e sentimentos também. Poderás até não te sentir única. Mas és.
Tudo bem, é uma consequência.
E ser maior por dentro é também uma consequência de viver e de cair.
Eu gosto tanto de viver. E gosto tanto de ti. E como consequência demonstro-te. Tu porém nem me conheces, ainda.