#63 *Momentos sobre o contrário do Vazio
Quando me retribuíste o sorriso que se soltou daquele palco, lembrei-me do pianista que só toca realmente bem Chopin quando está absolutamente apaixonado. E sei que gostas de Chopin, de Bach também e reconheces as suas distâncias.
E quando me empurraste o rosto com os lábios, antes de entrar em palco?... e depois também.
E quando um de nós agarrou a mão do outro, e todos aqueles desconhecidos desapareceram. Que mal que elas se conheciam e mesmo assim ficaram infindavelmente balançando entre os nossos dedos. E quando antes me abraçaste, e depois também...
Hoje acordei, vi o teu sorriso e sorri também. Foi mais um contrário do vazio.
Há momentos que ninguém nos tira.
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