sexta-feira, novembro 12, 2004

#31 *Karma

Com desculpa começo a frase. Que medo é este que me consome o discurso, que nos consome o diálogo? Porque reajo assim perante a tua beleza comportamental, a naturalidade dos teus actos jacosos? Sinto que não a mereço e tudo apenas porque sou alcançado pela insuficiência cibernética, que me agita os pânicos, que me tenta impor insegurança que não me pertence.
Tranquilizado cesso ao trabalho. Meticulosamente reflicto sobre o suave dançar dos lençois que se abrem, como se fosse a música das tuas palavras que leio sem som. Tranquilizado disse: repito-o porque acredito na força da vontade com que nos mantemos firmes nos corpos desgastados de quotidiano, isto após, sucessivamente termos tomado consciência que eles também sabem quem somos. Mas o nosso coração não. Muito menos, o saberão as nossas almas enquanto se abraçam; percebem a mutualidade dos medos; percebem a mutualidade dos momentos. Mesmo assim dançam tranquilamente... Tranquilamente deito-me e encontro-te no sonho. Até já, naquele Karma.