terça-feira, novembro 16, 2004

#35 *O Bosque

Pela nossa adorada noite oiço os suspiros das árvores. Imeditamente sinto um disparo de adrenalina que me invade com desejo. Sem controle sobre as mesmas, vejo as minhas pernas desatarem num frenético embaraço. No escuro distingo apenas dois brilhos: a tua aura, cintila qual força de um campo. O outro espelham os meus olhos.
Embora frenético permaneço estático a contemplar-te. Assisto ao abraçar das árvores sobre ti e o contexto telúrico diluir-se em em ti numa simbiose apaixonante. O cheiro, sinaliza-te como característica inerente à tua plenitude. Começo a flutuar sobre a neblina que se havera formado com o ameaçar do acordar. Acolhido entre as copas das árvores, que me abraçam como as tuas macias mãos, sinto que consigo reflectir sobre as lembranças que me chicotearam o passado , e cujas feridas saram com a seiva deste bosque, com o vapor que o teu tronco liberta em resposta à forma como nos abraçamos, que me dá confiança que me faz sentir parte deste ecosistema.