#6 *Atrasos
Foi de manhã, quinta-feira, 3 de Junho. O cansaço habitual deixou-me estatelado entre o colchão e uma mistura de roupa suja com lençóis transpirados. Adivinhava-se mais um atraso. Mas este carregado de necessidade de não ter acontecido, teve o seu quê de utilidade. Dormi mais, e pouco já era. A cabeça já se agitava, sexta-feira voltava o festival. Estava extasiado com a possibilidade de descansar o suficiente, conseguindo assim manter a forma. Estava também repleto de curiosidade pela cidade rock.
Sempre que nos achamos nestas situações tudo o que não queremos são atrasos. Mas quinta-feira, ainda cansado atrasei-me, de noite. Deixei passar a hora que me levava a dormir, deixei a noite tomar-me por seu companheiro, cúmplice, qual despertador que ataca os que de insónias sofrem. Mas desta vez, eu era o atacante e o lesado. Eu era não o masoquista consciente que sexta-feira de manhã, o pequeno-almoço iria ser dor. Pode doer quando nos magoam, consciente ou inconscientemente. Mas acho que isso nada é comparado com tudo aquilo que nos envolve e só a nós, num turbilhão de autoconfiança, a auto estima, quando estas se deixam de definir e começam-nos a maltratar, qual hipócrita que outrora o sorriso nos oferecia e agora mostra-nos que, pelas suas mãos, a tormenta pode ser uma constante.
2 Comments:
E como cansa a cidade Rock... ;)
"qual hipócrita que outrora o sorriso nos oferecia e agora mostra-nos que, pelas suas mãos, a tormenta pode ser uma constante." Muito bom JC. Muito bom mesmo! A hipocrisia é mesmo nojenta!
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